segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Roberto Carlos tem uma perna mecânica?

Apesar de não ser um fã do cantor Roberto Carlos, reconheço que ele é o rei da música brasileira e considerado por muitos o maior cantor do Brasil.

Ainda em minha infância, ouvi essa história e sempre ficou a dúvida: Roberto Carlos tem mesmo uma perna mecânica?

Por ocasião do show de 50 anos de sua carreira, voltou a curiosidade e fui atrás de informações sobre o assunto.

Mito ou verdade? Ao que parece, a história é verdadeira. Um triste acidente, que lamentamos. Ele merece todo o nosso respeito.

Leia um trecho do que conta Paulo César de Araújo em seu livro proibido:

Roberto Carlos

Roberto Carlos

Naquele dia, Cachoeiro amanheceu sorrindo e em festa para saudar o seu santo padroeiro que, segundo a Igreja Católica, foi morto e crucificado nessa data em Roma, durante o reinado do imperador Nero, no ano 65 d. C. Era feriado na cidade, dia de desfiles, músicas, bandeiras, discursos, ruas cheias de gente e muita alegria. (…)

Como tantas outras crianças da cidade, naquele dia Roberto Carlos saiu cedo e animado de casa para assistir aos festejos. Era tanta badalação que muitos pais preparavam roupa nova para os filhos estrearem justamente nesse dia. Por isso Zunga (como Roberto era chamado na infância) estava ainda mais contente, porque iria desfilar com os sapatinhos novos que ganhara na véspera. E qual criança não fica feliz ao ganhar uma roupinha ou um novo par de sapatos? Logo que saiu à porta de casa, Roberto Carlos se encontrou com sua amiga Eunice Solino, uma menina da sua idade, que ele carinhosamente chamava de Fifinha. (…)

Pois naquela manhã os dois desceram mais uma vez juntos em direção ao local dos desfiles. Ao chegarem num largo, logo abaixo da rua em que moravam, já encontraram todos em plena euforia. Desfiles escolares, balizas e muitos balões coloriam o céu do pequeno Cachoeiro, ao mesmo tempo em que locomotivas se movimentavam para lá e para cá. Construída na época dos barões do café, no século XIX, quando a cidade era um paradouro de trem de carga, a Estrada de Ferro Leopoldina Railways atravessava Cachoeiro de ponta a ponta.

Por volta de nove e meia da manhã, Zunga e Fifinha pararam numa beirada entre a rua e a linha férrea para ver o desfile de um grupo escolar. Enquanto isso, atrás deles, uma velha locomotiva a vapor, conduzida pelo maquinista Walter Sabino, começou a fazer uma manobra relativamente lenta para pegar o outro trilho e seguir viagem. Uma das professoras que acompanhava os alunos no desfile temeu pela segurança daquelas duas crianças próximas do trem em movimento e gritou para elas saírem dali. Mas, ao mesmo tempo em que gritou, a professora avançou e puxou pelo braço a menina, que caiu sobre a calçada. Roberto Carlos se assustou com aquele gesto brusco de alguém que ele não conhecia, recuou, tropeçou e caiu na linha férrea segundos antes de a locomotiva passar. A professora ainda gritou desesperadamente para o maquinista parar o trem, mas não houve tempo. A locomotiva avançou por cima do garoto que ficou preso embaixo do vagão, tendo sua perninha direita imprensada sob as pesadas rodas de metal. E assim, na tentativa de evitar a tragédia com duas crianças, aquela professora acabou provocando o acidente com uma delas.

Diante da gritaria e do corre-corre, o maquinista Walter Sabino freou o trem, evitando consequências ainda mais graves para o menino, que, apesar da pouca idade, teve sangue-frio bastante para segurar uma alça do limpa-trilhos que lhe salvou a vida. Uma pequena multidão logo se aglomerou em volta do local e, enquanto uns foram buscar um macaco para levantar a locomotiva, outros entravam debaixo do vagão para suspender o tirante do freio que se apoiava sobre o peito da criança. Com muita dificuldade, ela foi retirada de debaixo da pesada máquina carregada de minério de ferro. “Eu estava ali deitado, me esvaindo em sangue”, recordaria Roberto Carlos anos depois numa entrevista. Mas naquele momento alguém atravessou apressado a multidão barulhenta e tomou as providências necessárias. “Será uma loucura esperarmos a ambulância”, gritou Renato Spíndola e Castro, um rapaz moreno e forte, que trabalhava no Banco de Crédito Real.

Providencialmente, Renato tirou seu paletó de linho branco e com ele deu um garrote na perna ferida do garoto, estancando a hemorragia. “Até hoje me lembro do sangue empapando aquele paletó. E só então percebi a extensão do meu desastre”, afirma Roberto, que desmaiou instantes após ser socorrido. Esse momento trágico de sua vida ele iria registrar anos depois no verso de sua canção O Divã, quando diz: “Relembro bem a festa, o apito/ e na multidão um grito/ o sangue no linho branco…”, numa referência à cor do paletó que Renato Spíndola usava no momento em que o socorreu. (…)

Naquela mesma manhã, no hospital da Santa Casa, o médico aplicou uma anestesia local de novocaína no acidentado e deu início à cirurgia. (…)

Na época, em casos semelhantes, era comum fazer a amputação da perna acima do joelho, prática mais rápida e segura. Mas Romildo tinha acabado de ler um estudo americano sobre ciência médica que explicava que os membros acidentados devem ser cortados o mínimo possível. Assim, a amputação da perna do garoto foi feita entre o terço médio e o superior da canela – apenas um pouco acima de onde a roda de metal passou. Essa providência fez com que Roberto Carlos não perdesse os movimentos do joelho direito e pudesse andar com mais desenvoltura.

fonte: http://www.bonato.cc/2009/perna-roberto-carlos/

12 comentários:

Educação Ativa disse...

Parabens pela postagem, também tinha essa dúvida.
Fique com DEUS.

Altemar Rocha disse...

Olá Wander Chef.
Eu até pensei que era mais uma lenda. Mas um dia resolvi pesquisar e parece que é verdade mesmo.
Te agradeço pela visita comentário.
UM abração.
Fique com Deus.

flo disse...

olá
a paz do Senhor!

ficou otimo no lay - out

e o post magnifico

abraços
edilene-amor

Altemar Rocha disse...

Paz, Edilene.
Um elogio seu me traz muitas esperanças.
Que bom que você gostou.
Te agradeço muito mesmo.

Fique com Deus.

Rosana Ibanez disse...

Olá! Gostei da postagem e sempre soube sim que o Roberto Carlos tinha perdido a perna num acidente de trem, mas não sabia os detalhes.
Foi muito triste não é mesmo?
Fiquem c/Deus

Altemar Rocha disse...

Paz, Rosana.
A gente se surpreende hoje com tantos acidentes, mas esse foi a tanto tempo atrás, numa cidade pequena. Realmente muito triste.
Ele sempre usou próteses muito boas, pois ninguém percebe e muita gente nem sabe disso.
Obrigado pelo comentário.
Deus a abençoe.

Professor moreijo disse...

eu pensei que era a perna todo mas pelo jeito ele soube levar muito bem este fardo ate hoje... e da grande exemplo de superação...valeu pela pesquisa e postagem...e obrigado por visitar o 1 ano de meu blog...fuiii

Altemar Rocha disse...

Olá Moreijo.
Eu tenho um amigo que sofreu um acidente com um trator, ainda quando criança e teve uma amputação semelhante à do Roberto.

A reabilitação e o uso da prótese foi dificílima. Meu amigo dirige carros com câmbio manual.

Eu te agradeço pela visita e comentário e mais uma vez, parabéns pelo aniversário de 01 ano de seu blog.

Que continue por muitos e muitos anos.

Anônimo disse...

Gostei muito do post. Devo confessar que eu tinha esta curiosidade que agora se desfez.

Altemar Rocha disse...

Erick,
A biografia não autorizada é cheia de detalhes.
Acredito que não foi por isso que o Roberto não a autorizou, mas por outras que já vi na web.
Obrigado pela visita e comentário, amigo.
Um forte abraço.

Deus é fiel disse...

Paz meu irmão!
Que coisa chocante essa história...
Eu sabia que ele tinha problema numa das pernas,mas nunca procurei saber o porque.
Obrigada pela explicação!
Um abraço!

Altemar Rocha disse...

Eliza, (Deus é fiel)
Nunca ninguém o viu de bermudas ou jogando futebol.
Mas olhando, nunca desconfiei.
É que sempre ouvi rumores, daí cresceu a curiosidade.
E é verdade mesmo.
Obrigado pelo comentário e visita.
Paz.